domingo, 28 de junho de 2009

A propósito deste comentário, transcrito da revista "Pública" de hoje, o Movimento Cívico Por Amarante Sem Barragens, enviou ao seu director o seguinte texto:


Exº Director do Público:

Se acederem ao nosso Blogue, Por Amarante Sem Barragens, disponível em http://poramarantesembarragens.blogspot.com/ , para onde transpusemos, com a devida vénia e menção ao seu autor, a denúncia de Vítor Pimenta, no seu blogue "Avenida Central", concluirão que não é inteiramente líquido que a vergonhosa campanha da EDP, em raias de publicidade enganosa, não tenha deixado no ar o mínimo sopro de protesto.

Fica a vosso critério corrigir a imprecisão, dentro do espírito do direito de resposta, embora nos não assista directamente a legitimidade passiva para tal, que assentará, salvo melhor opinião, no autor da peça onde fomos beber.

Ainda assim parece-nos que o dever de informar e o direito à informação, e pela parte que nos interpela, constituiriam bastante respaldo para uma transcrição desta réplica, com a mesma ênfase e preciso local do vosso texto, de forma a passar para os vossos leitores, a noção de que os fortes investimentos da EDP no dourar da pílula, não passam de uma moderna versão do canto da sereia, em formato multimédia que tem em muito fraca conta o Público-alvo .

Com os meus mais respeitosos cumprimentos


Artur Freitas,

pelo Movimento Cívico "Por Amarante Sem Barragens "


Quinta-feira, 30 de Abril de 2009

Que Boas Pessoas que Eles São

A EDP já sente que o seus prepotentes e megalómanos projectos de Barragem, que o Governo vendeu barato pela pica propagandística, não acolhem simpatia e que geram uma forte oposição de muitos cidadãos que habitam os locais visados. Sinal disto é que não esperaram muito, nem olharam a gastos, para lavar a cara e mudar a maré das coisas, mesmo sabendo que a maré da comprometida maralha que nos governa de grosso modo, lhes leva a água ao moinho desde o início.Sob o mote "Quando projectamos uma Barragem, projectamos um futuro melhor", contratou Paulo Gonzo para compor um hit tipo genérico de novela ranhosa, estreado num concerto a 300 e tal metros de profundidade, para musicar uma imensa campanha na Televisão, jornais e na internet, louvando o respeito de sacristia que têm pela Natureza. Isto, mesmo quando se quer acrescentar, artificial e insensivelmente, milhões de metros cúbicos de água a vales e a paisagens naturais.Aliás, para a EDP - e foi visível num dos debates a que se sujeitaram, ainda que com a condição de oradores privilegiados, sem contraditório em palanque, e com a defesa acirrada do prestável edil local - todo o superafectado Vale do Tâmega, o mesmo que faz a fronteira leste do Minho, não passa de um emaranhado de riscos curvos num mapa cartográfico. A preocupação ambiental , essa, é um mero exercício de marketing, porque a realidade mostra que não passa, nem passará, da esfera burocrática e de externalização dos problemas para institutos públicos e câmaras municipais sem capacidade, nem vontade política de os resolver - que se amanhem.Pouco lhes interessa, na verdade, a qualidade das águas ou se o impacto ambiental das imensas albufeiras vai ou não afectar duramente milhares de anos de equilíbrio entre a presença humana e a natureza, se vai ou não aniquilar ecossistemas e terrenos de cultivo. Nem se dignam, sequer, a baixar as tarifas que cobram às populações que resolveram incomodar. Por muito que se rodeiem em palavras bonitas, e delírios de Noé, nunca conseguíram, nem vão conseguir, compensar as perdas em lado nenhum. O mapa hidroeléctrico do País é e será, na sua grande parte, uma trágica reprodução do país desertificado, descaracterizado e sem perspectivas de desenvolvimento.

Texto escrito por Vitor Pimenta, tirado do blogue "Avenida Central"
http://avenidacentral.blogspot.com/

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