terça-feira, 24 de junho de 2008

A barragem de Fridão, outras vozes...

Resumo
Esta foto foi tirada enquanto passeava nas margens do rio Tâmega, ao fundo pode-se avistar o centro histórico de Amarante, constituído pelo mosteiro de S. Gonçalo e pela ponte românica com o mesmo nome.

Este belo conjunto monumental contém muito mais do que a sua beleza, por ali passaram as invasões francesas, ali se fez resistência às tropas de Napoleão. Ali nasceram mitos sobre santos casamenteiros, se inspiraram figuras consagradas da nossa cultura tais como Teixeira de Pascoais ou Amadeu de Sousa Cardoso. As origens da cidade remontam…

Interrompo esta emissão para vos fazer um comunicado:

A paisagem que vêm nesta foto com o pescador e o passeio junto ao rio vai ser destruída pela construção de uma barragem a cerca de 6km a montante do rio Tâmega.

sábado, 21 de junho de 2008

ÁGUAS TURVAS... Lá como cá!


EDP recusa disponibilizar à Quercus informação
sobre a barragem do Baixo Sabor

Público 20.06.2008, António Garcias


Empresa recorreu de decisão judicial que, em Abril, a obrigava a fornecer os dados pedidos
A Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, acusa a EDP de falta de ética e transparência por causa da sua recusa em facultar o acesso à documentação, actualizada, relativa ao processo de construção e exploração da barragem do Baixo Sabor. Nem mesmo a sentença do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa (TACL) datada de 7 de Abril de 2008, que obrigava a empresa a prestar a informação solicitada pela Quercus, resolveu, para já, o desacordo.
João Branco, do núcleo de Vila Real daquela organização ambientalista, diz que o facto de a EDP manter as informações sobre a barragem do Sabor fechadas a "sete chaves" é "revelador de que a empresa tem conhecimento do atropelo das leis ambientais portuguesas e europeias em todo este processo". A Quercus estranha também que a EDP, "que tenta passar uma imagem amiga do ambiente, negue informação à maior associação portuguesa de conservação da natureza". Para os ambientalistas, fica claro que a empresa "está a agir sem qualquer consciência ambiental e social" no caso das barragens do Sabor e do Tua.
... ...

Pedido desde Janeiro


João Branco lembra que a EDP, sendo uma empresa com capitais públicos, tem "a obrigação de ser transparente" perante os cidadãos. E afirma que, com esta conduta de "esconder a verdade", a eléctrica está a contribuir para a "destruição da natureza" como um todo, e em particular, do vale do Sabor, um dos locais de maior importância natural e de maior biodiversidade em toda a Europa. A EDP defende-se, afirmando que a decisão do tribunal foi baseada no pressuposto de que as concessões hídricas são concessões de serviço público do ponto de vista administrativo. A empresa vem dizer que, na opinião dos seus advogados, tal não acontece no regime jurídico português e por isso recorreu. Considerando que este recurso tem efeitos suspensivos, a EDP não entregou os referidos elementos, conforme obrigava a decisão judicial de Abril.
O diferendo entre estas duas entidades teve início em Janeiro, quando a Quercus pediu à EDP informações relativas a relatórios sobre a aplicação da legislação ambiental no projecto hidroeléctrico do Baixo Sabor. A associação queria também conhecer a análise custo-benefício e outras análises e cenários económicos utilizados no âmbito da aplicação das medidas e actividades previstas naquela legislação, e ainda, relativas ao concurso público para a empreitada geral de construção do empreendimento.
Em Fevereiro, a EDP respondeu à Quercus alegando que, devido à sua natureza de sociedade anónima, não estava obrigada a prestar as informações solicitadas. Posteriormente, em Abril, o TACL instou a EDP a dar as explicações pedidas. No final desse mesmo mês, a Quercus, terminado o prazo dado pelo tribunal, voltou a pedir as informações, agora justificadas pela decisão judicial, de novo sem sucesso.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

“Por Amarante”



Muito antes de Hans Jonas ter formulado o Princípio da Responsabilidade (“Age de tal maneira que os efeitos da tua acção não destruam o equilíbrio entre a Terra, a Vida e o Homem a que têm direito as gerações que te sucederem”) já, na varanda do Zé da Calçada, Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, em conversa com o jovem António Fernandes da Fonseca, terá defendido que a “Romaria Espiritual” do Tâmega era a aguarela que Amadeu de Souza-Cardoso deveria pintar para ficar como ícone contra as tentativas bárbaras de destruir a comunhão dos amarantinos com o Marão e o seu Tâmega. Terá sublinhado que no remanso do Tâmega deslizavam as reminiscências dos afectos de uma princesa enamorada por um amarantino e que ali sempre procuraram protecção divina os que eram perseguidos pela voragem ruidosa do martelo mecânico que destrói a vida em nome do progresso.

Quem assim falava ficou para o nosso património cultural com o nome de Teixeira de Pascoais e o jovem que o terá ouvido está ainda entre nós como um dos melhores amarantinos e por todos conhecido como o Professor Fernandes da Fonseca.


O Rio Tâmega tornou Amarante Princesa, inspirou poetas, filósofos, artistas e cientistas. Mas isso só foi possível com a sua serenidade espiritual, imagem de uma harmonia cósmica, que a Barragem de Fridão quer destruir de forma mais bárbara que a pretendida pelos exércitos de Napoleão.

Ninguém tem o direito de, em proveito das gerações presentes, construir a Barragem de Fridão que negará às futuras gerações amarantinas o direito à “romaria espiritual” do Tâmega; ninguém tem o direito de apagar a saudade do passado; ninguém tem o direito de lançar no caixote do lixo da história o poema com que Teixeira de Pascoais cantou o seu Tâmega, símbolo da harmonia cósmica.

“…Ó meu Tâmega obscuro, água dormente…
Ó rio, à noite, a arder todo estrelado!
…Montes da minha aldeia, quem me dera
Ser como vós, de terra e solidão!

…Ó rochedo do Cáucaso onde eu vou
Em romaria rezar
Ó fogo eterno que o Titã roubou
Ó fogo humilde e brando do meu lar”

Que o poema de Teixeira de Pascoais se torne na nossa bandeira para defender a “romaria espiritual" do Tâmega da barbárie da Barragem de Fridão, como o General Silveira defendeu a ponte de Amarante da barbárie das invasões francesas.



Tragam mais um para subscrever a petição: http://www.petitiononline.com/PASB2008/petition.html
JBM

terça-feira, 10 de junho de 2008

Barragem de Fridão, outras vozes...


O sonho da EDP...


em: http://clapclapclappp.blogspot.com/


COTA QUÊ ?


A barragem de Fridão, outras vozes....

em: http://margemesquerdatribunalivre.blogspot.com/

Nem só de barragem se “faz energia”


A senhora que passa junto ao rio Tâmega ficaria submersa, se a construção prevista (no Plano Nacional de Barragens de que Fridão faz parte) de um açude imediatamente a jusante da cidade de Amarante já estivesse concluído.

A foto não deixa dúvidas!


E que importância terá a barragem de Fridão para a satisfação das carências energéticas em Portugal?!... Muito pouca, por certo! No entanto, o seu impacto sobre a cidade de Amarante será enorme. Imaginem a perversão que a quantidade de água parada (até à cota em sublinhado na foto) irá provocar!


Imaginem os cheiros nauseabundos que isso vai desencadear, os prejuízos que isso vai causar para o turismo, a qualidade da vida, património ambiental, histórico e paisagístico da Cidade de Amarante!


Será razoável que deixemos para os nossos filhos, como herança da nossa cobardia e comodismo, essa desgraça económica, social, patrimonial e ambiental?!... O que dirão de nós?!..

Mas os marcoenses também não podem ficar indiferentes. As águas verdes e sujas vão ter um efeito de acumulação em Canaveses e o belo passeio que está a ser feito nas margens do Rio vai desaparecer.


Mas ainda o pior é imaginar-se um rebentamento (sempre possível) dos diques que vão conter as águas.

O problema do custo da energia a todos nós preocupa. Mas haverá dinheiro que pague os enormes prejuízos que a barragem de Fridão vai causar ao nosso Futuro, ao futuro do desenvolvimento economico de Amarante e ao bem-estar dos amarantinos?!...

E há alternativas : basta que se construam mais 40 eólicas.

Façam isso (e integrem as eólicas num plano nacional que respeite o impacto ambiental) e deixem os nossos filhos sentirem-se honrados com a beleza de Princesa do Tâmega.


sábado, 7 de junho de 2008

O que já não falta é avisar ...Amarante





Da cota 65 para baixo tudo a EDP se propõe levar...



Se nos calarmos...
Se cruzarmos os braços...
Adeus Amarante !

terça-feira, 3 de junho de 2008

Vamos todos passar a dormir descansados?

A projectada barragem de Fridão que querem construir a 6 Km da cidade de Amarante, será implantada à cota de 72 m, e terá uma altura de 90 metros.
A cota do açude dos Morleiros que determina, com caudal normal, o nível das águas na cidade, é de cerca de 62 metros.
O nível máximo previsto no Anexo V do PNBEPH, para a albufeira da barragem de Fridão, é de 162 metros.
Contudo e conforme foi referido na sessão pública organizada pela Comissão de Acompanhamento da Assembleia Municipal, estas cotas podem ainda vir a ser menores ou maiores, dependendo das propostas apresentadas pelos concorrentes à sua exploração e da respectiva aprovação governamental.
Para ajudar a perceber a relação do coroamento previsto para a barragem com o território da cidade, esta imagem mostra-nos, a fundo branco, as áreas que se situam abaixo da cota 165 metros. A cor laranja as áreas acima daquela cota de referência.