A Conferência-debate sobre " Riscos Induzidos pela Barragem de Fridão", organizada pela Câmara Municipal de Amarante e que decorreu a 20 de Março no Salão Nobre, trouxe até nós conferencistas de relevo, ligados a diversas instituições como o LNEC, a FEUP e o INAG.
Ficou evidente que todos eles estavam de acordo, para nos "vender" a ideia de que as Barragens de Fridão e do Borralheiro, não ofereciam qualquer perigo para Amarante!!!
Pena foi que no painel de convidados reinasse o unanimismo cúmplice!
Mas apesar da relevância dos currículos individuais de cada um dos conferencistas, nada disseram que pudesse tranquilizar os amarantinos...!
Aliás, espremidas as intervenções que fizeram, podem resumir-se a uma só afirmação :
Não se preocupem, porque estão em boas mãos!
Contudo, não foram capazes de assumir que garantiam a segurança absoluta das barragens!
Até porque se a segurança absoluta pudesse ser garantida, eram perfeitamente inúteis os Regulamentos de Segurança de Barragens(RSB) que exigem a construção de Cartas de Risco, Planos de Emergência e a identificação clara de Sistemas de Aviso e Alerta e Previsão de Evacuação das Populações!
Restou claro que há sempre a possibilidade(por muito remota que nos possa parecer!) de colapso das barragens e aí será um "Deus nos acuda" ou atendendo à proximidade das barragens (uma a 3Km e outra a 6Km.) um "salve-se quem puder" que de pouco serviria à população amarantina e aos forasteiros que por cá estivessem!
Hoje é universalmente aceite que a SEGURANÇA..."pressupõe a continuidade da existência do que nos rodeia, ou da realidade tal como é considerada no presente ou é prevista no futuro, sem perturbações que provoquem prejuizos ou danos relativamente significativos, de ordem material ou imaterial, incluindo a perda de vidas.
"Vista por este prisma, a situação agrava-se, pois para além do elevado número de vítimas que um colapso das barragens provocaria, perderemos de qualquer modo(a construirem-se aquelas barragens!) outros valores que são inestimáveis a nível local!
Perderíamos o "valor imaterial" que constituem as nossas mais belas paisagens; "ganharíamos" um agravamento dos valores da humidade que já de si é elevada ao longo do vale; veríamos agravado o estado de deterioração das águas e do ar; perderíamos em termos de condições climáticas para a agricultura, e para a saúde e o "totoloto" iria trazer-nos um sem número de inconvenientes que se reflectiriam profundamente no agravamento da qualidade de vida dos amarantinos!
Com a construção daquelas barragens a nossa segurança ficaria reduzida a ZERO.
Contudo, a percepção do risco por parte dos amarantinos é cada vez maior e, a sua reacção será tanto mais firme, quanto mais nos quiserem impor tal risco!
Já todos perceberam que com a construção dessas barragens, nada têm a ganhar e tudo podem perder!
É ridículo que alguns nos venham agora falar de altruismo, muito preocupados com o défice energético nacional!
Até porque as Barragens de Fridão não iriam inverter o défice e até o próprio INAG previu a possibilidade de desistir das Barragens de Fridão e avançar para a opção Salamonde II, onde os impactos não seriam significativos!
Estou convencido que o bom senso irá impor-se e brevemente todos os amarantinos, sem excepção, dirão de forma muito clara que não aceitam guilhotinas suspensas sobre o futuro dos seus filhos!
Aliás a História acabará por julgar aqueles que por actos ou omissões, colaborarem no crime de condenar Amarante e o vale do Tâmega à destruição!
A nossa Democracia, não pode ignorar que os amarantinos têm de ser actores principais no processo de decisão!
Quem quererá assumir o papel de COVEIRO DA IDENTIDADE AMARANTINA?
Barragens em Fridão!? Não, muito obrigado!
Publicada por António em
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Há 9 meses
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