quinta-feira, 30 de abril de 2009

Que Boas Pessoas que Eles São


A EDP já sente que o seus prepotentes e megalómanos projectos de Barragem, que o Governo vendeu barato pela pica propagandística, não acolhem simpatia e que geram uma forte oposição de muitos cidadãos que habitam os locais visados. Sinal disto é que não esperaram muito, nem olharam a gastos, para lavar a cara e mudar a maré das coisas, mesmo sabendo que a maré da comprometida maralha que nos governa de grosso modo, lhes leva a água ao moinho desde o início.
Sob o mote "Quando projectamos uma Barragem, projectamos um futuro melhor", contratou Paulo Gonzo para compor um hit tipo genérico de novela ranhosa, estreado num concerto a 300 e tal metros de profundidade, para musicar uma imensa campanha na Televisão, jornais e na internet, louvando o respeito de sacristia que têm pela Natureza. Isto, mesmo quando se quer acrescentar, artificial e insensivelmente, milhões de metros cúbicos de água a vales e a paisagens naturais.
Aliás, para a EDP - e foi visível num dos debates a que se sujeitaram, ainda que com a condição de oradores privilegiados, sem contraditório em palanque, e com a defesa acirrada do prestável edil local - todo o superafectado Vale do Tâmega, o mesmo que faz a fronteira leste do Minho, não passa de um emaranhado de riscos curvos num mapa cartográfico. A preocupação ambiental , essa, é um mero exercício de marketing, porque a realidade mostra que não passa, nem passará, da esfera burocrática e de externalização dos problemas para institutos públicos e câmaras municipais sem capacidade, nem vontade política de os resolver - que se amanhem.
Pouco lhes interessa, na verdade, a qualidade das águas ou se o impacto ambiental das imensas albufeiras vai ou não afectar duramente milhares de anos de equilíbrio entre a presença humana e a natureza, se vai ou não aniquilar ecossistemas e terrenos de cultivo. Nem se dignam, sequer, a baixar as tarifas que cobram às populações que resolveram incomodar. Por muito que se rodeiem em palavras bonitas, e delírios de Noé, nunca conseguíram, nem vão conseguir, compensar as perdas em lado nenhum. O mapa hidroeléctrico do País é e será, na sua grande parte, uma trágica reprodução do país desertificado, descaracterizado e sem perspectivas de desenvolvimento.


Texto escrito por Vitor Pimenta, tirado do blogue "Avenida Central" http://avenidacentral.blogspot.com/

2 comentários:

Anónimo disse...

vai tomar banho ó parolo...ou então podes esperar pela finalização da construção da barragem e ir lá tomar banho...e afoga-te

Anónimo disse...

Oh meu caro Víctor, tenho lido e apreciado com a maior atenção, os seus comentários - como homem de Basto - quer nos seus "blogs", quer nos dos outros por onde passa a sua opinião.No que diz respeito às barragens a construir no rio Tãmega, gostaria de fazer um contraditório às suas palavras, no que concerne à barragem de Fridão. Como muito bem sabe, a construção da barragem de Fridão vai alterar e muito, a vida das gentes de Basto. Mais, será Mondim o concelho que irá sofrer as maiores alterações a todos os níveis.
Senão vejamos:
Tem que ser construída uma ponte para substituir a "velha ponte de Mondim",construída em 1 882 e que irá ficar submersa.Será afectado o clima local da vila, pois que, com o volume da água armazenado pela barragem, o nevoeiro irá afectar toda a região da vila.
Quanto aos pontos favoráveis, inevitavelmente, também os há, e só os não vê, quem está a leste desta grande obra a realizar pelo governo, através da "EDP".
Vamos ter, melhor e muito mais ampla oferta turística;as acessibilidades, passarão a ser um trunfo a jogar pelo comércio local;os proprietários dos terrenos ribeirinhos, irão ter a oportunidade de vender por dez, o que obviamente não vale mais de cinco.Portanto, a construção da barragem, será um bem que caiu do céu para os Mondinenses.
JTS