
A EDP propõe-se construir não uma mas duas barragens no rio Tâmega, a poucos quilómetros da cidade de Amarante, com alturas de 102 metros e 30 metros, servindo a mais pequena de contra-embalse e de regularização do caudal do rio, revela o primeiro memorando apresentado à autarquia.
A barragem prevista em Fridão, próximo do campo de tiro, segundo a documentação a que o Marão Online teve acesso, terá 102 metros de altura e um coroamento de 310 metros.
A barragem mais pequena terá um paredão de 30 metros e um coroamento de 130 metros, à cota de 90 metros.
A instalação de grupos reversíveis no escalão principal (Fridão) e o equipamento do escalão de jusante será avaliada na fase de anteprojecto, revela a EDP, cujos técnicos reuniram há dias com o presidente da câmara de Amarante.
O elevado caudal debitado pelo escalão de Fridão – 350 metros cúbicos/segundo – é a justificação da EDP para construir um escalão inferior, que funcionaria como "modulador" do caudal turbinado pela barragem principal.
A solução apresentada pela EDP é bastante superior ao caudal de referência (240 m3/s) para uma central não reversível, que tinha sido estudada pelos técnicos dos gabinetes que elaboraram os estudos preliminares do plano nacional de barragens.
Segunda barragem no Tâmega
junto à ponte do Borralheiro
Segundo o cronograma apresentado pela EDP decorrerá até Junho de 2009 a elaboração dos estudos ambientais, já adjudicados, estando prevista a discussão pública da avaliação ambiental no segundo semestre do próximo ano.
O segundo escalão, a ser construído um pouco a montante da ponte do Borralheiro, vai inundar os terrenos marginais até ao pé da barragem de Fridão.
O NPA (Nível de Pleno Armazenamento) desta segunda barragem é a cota 85, criando uma albufeira total de 4,5 milhões de metros cúbicos.
A área inundada prevista é de 51 hectares.
Além disso, o caudal da Ribeira de Santa Natália será incorporado neste segundo escalão.
Ainda segundo o cronograma da concessionária das barragens, o projecto definitivo – após emissão da declaração de impacte ambiental (DIA) e do RECAPE (Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução) – será elaborado até ao fim de 2011, fase em que serão desenvolvidos os processos de concurso e dos contratos de adjudicação.
A fase de construção do empreendimento desenvolver-se-á entre 2012 e o fim de 2016, data do início de produção eléctrica.

in: Marão Online 22.09.2008