segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Última hora: Afinal o drama tem mais um acto

TÂMEGA: EDP propõe-se construir duas barragens a montante de Amarante

A EDP propõe-se construir não uma mas duas barragens no rio Tâmega, a poucos quilómetros da cidade de Amarante, com alturas de 102 metros e 30 metros, servindo a mais pequena de contra-embalse e de regularização do caudal do rio, revela o primeiro memorando apresentado à autarquia.
A barragem prevista em Fridão, próximo do campo de tiro, segundo a documentação a que o Marão Online teve acesso, terá 102 metros de altura e um coroamento de 310 metros.

A barragem mais pequena terá um paredão de 30 metros e um coroamento de 130 metros, à cota de 90 metros.

A instalação de grupos reversíveis no escalão principal (Fridão) e o equipamento do escalão de jusante será avaliada na fase de anteprojecto, revela a EDP, cujos técnicos reuniram há dias com o presidente da câmara de Amarante.

O elevado caudal debitado pelo escalão de Fridão – 350 metros cúbicos/segundo – é a justificação da EDP para construir um escalão inferior, que funcionaria como "modulador" do caudal turbinado pela barragem principal.

A solução apresentada pela EDP é bastante superior ao caudal de referência (240 m3/s) para uma central não reversível, que tinha sido estudada pelos técnicos dos gabinetes que elaboraram os estudos preliminares do plano nacional de barragens.

Segunda barragem no Tâmega
junto à ponte do Borralheiro


Segundo o cronograma apresentado pela EDP decorrerá até Junho de 2009 a elaboração dos estudos ambientais, já adjudicados, estando prevista a discussão pública da avaliação ambiental no segundo semestre do próximo ano.

O segundo escalão, a ser construído um pouco a montante da ponte do Borralheiro, vai inundar os terrenos marginais até ao pé da barragem de Fridão.

O NPA (Nível de Pleno Armazenamento) desta segunda barragem é a cota 85, criando uma albufeira total de 4,5 milhões de metros cúbicos.

A área inundada prevista é de 51 hectares.

Além disso, o caudal da Ribeira de Santa Natália será incorporado neste segundo escalão.

Ainda segundo o cronograma da concessionária das barragens, o projecto definitivo – após emissão da declaração de impacte ambiental (DIA) e do RECAPE (Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução) – será elaborado até ao fim de 2011, fase em que serão desenvolvidos os processos de concurso e dos contratos de adjudicação.

A fase de construção do empreendimento desenvolver-se-á entre 2012 e o fim de 2016, data do início de produção eléctrica.



in: Marão Online 22.09.2008

3 comentários:

Anónimo disse...

Este blog é um insuportável monte de lamúrias e queixumes.

E que tal, se em vez de protestos vãos, passassem à acção por via legal?

Pois é, porque o ambientalismo em Portugal é feito de muia parra e pouca uva, se constreem assim barragens aos magotes, sem que a sociedade civil faça seja o que for.

administrador disse...

A primeira acção por via legal que está em curso é uma petição à Assembleia da República, para que esta se pronuncie sobre a ameaça que paira sobre Amarante, que o "anónimo" também pode assinar e para a qual pode chamar a atenção do seu grupo de amigos e conhecidos.
O objectivo deste blog "lamuriento", é divulgar as razões de uma causa que visa a defesa de uma comunidade e de um bem raro do ponto de vista ambiental, paisagístico e monumental. E fazê-lo no contexcto de um total boicote por parte dos principais responsáveis políticos desta cidade não é nada fácil, como comprenderá.
As conexões entre o poder político e o poder económico são muito fortes e não nos tornam a tarefa fácil.
E este "nós" não tem que ver com qualquer grupo ambientalista mas sim, com um grupo de amarantinos amantes da sua terra que não estão dispostos a deixar-se vender e que também fazem parte da dita sociedade civil.

Anónimo disse...

sou um amarantino apaixonado pela minha terra e acho a construção da barragem de Fridão um total homicídio de uma forma o mais discreta e menos divulgatória possível a cidade de Amarante, com a sua principal fonte económica assente no turismo e com um rio que vai passar de poluído a tóxico, amarante vai sofrer sem sombra para dúvida uma crise económica paisagística e ambiental.
tudo isto por um "desenvolvimento sustentável" que deixa muito a desejar.
combater este empreendimento não vai ser tarefa fácil pois as populações de Amarante não parecem realmente despertas para os impactos que a barragem terá sobre a cidade. há que insistir na chegada de informação à população! é o meio mais eficaz a que nos podemos agarrar!