quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Para quem ainda tinha dúvidas...

Presidente da Câmara de Amarante já fala em benefícios da barragem.
Governo, PS, EDP e empresas construtoras de barragens batem palmas.
Ainda espera ser elucidado sobre as questões ambientais mas acha que "toda a gente que se quis esclarecer está esclarecida".
Prevê-mos que, para provar que não tem medo, venha a passar as suas férias de Verão no sopé da barragem em tenda de campismo flutuante.

Votou contra barragem mas admite construção
Presidente da Câmara quer que benefícios superem os prejuízos


ANTÓNIO ORLANDO
in JN
de 11 de Fevereiro de 2010


O presidente da Câmara de Amarante, que votou favoravelmente a moção que defende a não construção da barragem do Fridão, diz que não vem mal ao mundo "se a barragem for construída, desde que os benefícios superem os prejuízos". A EDP não comenta.

A afirmação de Armindo Abreu, também presidente da concelhia do PS, vem refrear o ânimo daqueles que, como o movimento cívico Por Amarante Sem Barragens, viam na moção um alento para a luta que vêm desenvolvendo.

Em todo o caso, Hugo Silva, rosto público do movimento, explicou ao JN que "dificilmente o PS teria tomado outra posição, ou iria demarcar-se completamente do comprometimento com o Governo e com a EDP".

Armindo Abreu nega qualquer ziguezague na sua posição: "A minha preocupação central tinha a ver com a segurança. Quando o responsável do Laboratório Nacional de Engenharia Civil diz que está mais seguro ao pé da barragem do que dentro de casa, deixo de ter preocupações. Agora, segue-se a questão ambiental sobre a qual espero ser elucidado no debate da próxima sexta-feira. Estou ansioso".

O movimento mantém a intenção de avançar com uma providência cautelar no sentido de prolongar o prazo da consulta pública, que termina no dia 15. Os subscritores alegam que lhes tem sido sonegada a informação. E pedem que a consulta seja mantida até que lhes seja facultada documentação que lhes possibilite saber "a caracterização e identificação das zonas em perigo (número de vidas em risco); o nível máximo de água atingido; a área submersa máxima; a taxa de subida do nível de água e as velocidades extremas do escoamento; e o tempo de chegada da onda de inundação".
Armindo Abreu contesta o prolongamento, que também é defendido pelo vereador social-democrata José Luís Gaspar. "Nas eleições, o PSD dava a barragem como um dado adquirido e acusava a câmara de não estar a negociar as contrapartidas; por outro lado, toda a gente que se quis esclarecer está esclarecida".

1 comentário:

J. Carneiro disse...

É cada vez mais óbvio que alguns amarantinos, certamente por distracção, elegeram um Miguel de Vasconcelos, a precisar urgentemente de ser "defenestrado".O mesmo caminho devem seguir os paus-mandados,os testas-de-ferro dos grandes grupos económicos e os serventuários de um governo corrupto que pontificam nas autarquias e institutos e conduziram este País ao atoleiro em que se encontra.