terça-feira, 1 de abril de 2008

O tempo urge!

Como reacção às notícias que hoje nos dão conta do anúncio da calendarização para o lançamento dos concursos para nove, das dez barragens, que integram o Plano Nacional de Barragens, reproduzimos, com a anuência do signatário, uma posição assumida junto do presidente da Câmara Municipal de Amarante, de inconformismo e contestação à marcha inexorável dos acontecimentos, no que toca à barragem de Fridão. Posição com a qual este grupo de cidadãos, reunidos no movimento cívico Por Amarante Sem Barragens, se identificada em toda a sua extensão.



Sr. Presidente da Câmara Municipal de Amarante:

Independentemente do que V. Ex.ª houver por bem transmitir-nos na reunião que se dignou conceder-nos na próxima 5ª feira, à tarde, creio que esta notícia será de molde a que V. Ex.ª tenha que reajustar o calendário que certamente teria em mente para concretizar e avançar com mecanismos objectivos para impugnar o Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, no que toca à barragem de Fridão, em harmonia com a vossa posição e promessas públicas, a que estarão atidos os amarantinos que em V. Ex.ª continuam a depositar as suas expectativas, em função dessas mensagens relativamente tranquilizadoras.
Perante este anúncio perturbador, que vos terá surpreendido tanto quanto a nós, permitimo-nos sugerir a V Exª a urgência de alertar a comissão de acompanhamento erigida na Assembleia Municipal e a que preside o ilustre deputado municipal Exº Sr. Dr Abel Afonso, comissão cuja dedicação e trabalho nos não merece quaisquer críticas nem louvores, porquanto não transparecem minimamente para o domínio público.
Se no entender de V. Ex.ª a questão atingiu o ponto de não retorno, e V. Ex.ª se reconhece ultrapassado pelos factos, teremos que ponderar na reunião da próxima 5ª feira, e em conjunto com V. Ex.ª, se fará algum sentido agastarmo-nos em esperanças vãs, ou continuar a alimentar ilusões no povo amarantino, ou de outro modo, é vossa e nossa obrigação, alertar os munícipes, em relação a que o cenário se precipitou, só lhes restando equacionar todas e quaisquer formas de fazer chegar, aos responsáveis, a nossa sentida inconformação e revolta por mais este esbulho e atentado à nossa cidade de que as gerações futuras, certamente, e com toda a legitimidade, pedirão contas a todos nós, a começar naturalmente por V. Ex.ª que nos representa junto do poder central.
Só assim nos demarcaremos do que possa induzir que adormecemos ou beijamos demasiado a mão ao sistema, amolecendo a opinião pública com retóricas bizantinas ou discursos de circunstância (não excluindo a nossa quota-parte de ingenuidade cúmplice).
A V Exª, e como sempre, pertence a primeira e última palavra, contando incondicionalmente connosco, em alinhamento com os interesses de Amarante a que V Exª deve indeclinável e cristalina fidelidade.
Com os nossos mais respeitosos cumprimentos.

A Freitas

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