POPULAÇÃO DA ZONA RIBEIRINHA RECEIA UM ACIDENTE NA FUTURA BARRAGEM DE FRIDÃO
A população de Amarante está contra a anunciada construção de uma barragem no Rio Tâmega em Fridão.
Ainda bem frescos na memória dos amarantinos estão os malefícios que a barragem do Torrão causou à zona ribeirinha da cidade: O rio deixou de ser a principal atracção turística nos meses de Verão e toda a cidade perdeu, principalmente o sector da restauração.
Com a construção do novo empreendimento, " a cidade de Amarante corre o risco de sofrer um desastre ambiental devido à elevada poluição do rio Tâmega, se a barragem de Fridão for transformada em aproveitamento reversível, ficando emparedada entre dois açudes e duas barragens", alertou recentemente Rui Cortes, professor da Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro.
Em entrevista recente, a este jornal, Hugo Silva afirmou que se tivesse uma casa na Rua 31 de Janeiro "fugia de lá". Esta afirmação, corroborada pelo presidente da Câmara, deixou a população ribeirinha preocupada, ainda mais quando o deputado municipal Emanuel Queirós levantou a questão para o perigo dos sismos induzidos, um problema que "está completamente desvalorizado e foi até descurado".
Já em 1995, Emanuel Queirós falava das consequências previsíveis sobre o rio Tâmega e a cidade de Amarante.
Para o actual deputado municipal, "A Barragem de Fridão encontra-se projectada para ser construída no limite das freguesias de Fridão e Codeçoso, dos concelhos de Amarante e Celorico de Basto, respectivamente, 6 km a montante da cidade de Amarante. Com a supressão da localização intermédia prevista inicialmente para o nível da Senhora da Graça (Mondim de Basto), prevê-se que a barragem de Fridão possa atingir uma altura de 110 metros, que a morfologia do lugar comporta. Planeada para interceptar o leito do rio Tâmega e nele reter um volume de 210 hm3 de água, a barragem de Fridão, tanto pela sua dimensão como pela posição relativa face à cidade de Amarante, vem colocar em questão não só os impactes ecológicos imediatos resultantes da inundação que a albufeira originará nos concelhos de Basto, mas, sobretudo, os impactes directos potencialmente consequentes a jusante da construção. Assim será no que se relaciona com o desvio do leito do rio Olo, na parte final do seu traçado; a dificuldade em garantir a manutenção do caudal ecológico do próprio rio Tâmega em período normal de estiagem entre a barragem de Fridão e a cidade de Amarante; a integridade e eficiência do sistema de captação, tratamento e abastecimento público de águas, partindo do rio Tâmega, em consequência da libertação de águas quimicamente alteradas depois de acumuladas na albufeira.
A grandeza e a extensão das consequências que a construção da Barragem de Fridão irá provocar localmente justifica, que o respectivo dossier seja colocado perante as mais altas instâncias decisórias do País, levado aos principais órgãos de soberania do Estado Português, para que as mais sérias preocupações locais sejam devidamente atendidas, e a decisão final sobre o futuro da barragem de Fridão fique com quem tem o sentido justo do exercício democrático".
Todos os partidos já manifestaram a sua discordância em relação à anunciada construção da barragem de Fridão.
Para conhecermos a posição das pessoas que trabalham e vivem da rua 31 de Janeiro, o NTA registou a opinião de alguns comerciantes, já habituados a sofrer com o efeito da barragem do Torrão em época de cheias. O sentimento é de revolta e manifestaram-se totalmente contra a construção de um paredão no Tâmega, com 110 metros de altura.
A possibilidade, ainda que remota, do rebentamento da barragem, é outro dos problemas que afligem os amarantinos.
António Gonçalves (Casa Gonçalves)
Sou contra a construção da Barragem por várias razões: a primeira é precisamente por causa da destruição ambiental que vai acontecer e a segunda por causa do nível das cheias. Se agora é mau, quando construírem a barragem o nível das águas vai subir ainda mais. Acho que ninguém construiria uma casa perto de uma central nuclear por muito seguro que fosse. Portanto, no nosso caso, é quase igual porque os nossos estabelecimentos ainda vão estar mais ameaçados.
A história diz-nos que de vez em quando uma barragem vai abaixo e também nos diz que a massa de água aliada à velocidade destruiriam Amarante em seis minutos. Uma parede de água com 110 metros de altura a uma distância de 6 km ia com certeza destruir a nossa cidade. O que me comove é que o que representa a barragem de Fridão no plano energético nacional é praticamente nulo. Eu faço parte do movimento "Por Amarante sem barragens" e peço que toda agente se una a nós para travar esta barragem porque o que está aqui em causa é uma cidade e, por isso, não pode haver divisão de partidos.
Eles têm que se unir e lutarem com mais força. Estou convencido que Amarante ainda vai conseguir que não se faça esta barragem, já que o Dr Armindo Abreu disse publicamente que é contra a construção da barragem.
Espero que ele não fique só pelas palavras. É um apelo que eu lhe faço.
Hilda Faria (Pastelaria Tinoca)
Sou contra a barragem porque já tenho tido muitos problemas com as cheias e acho o facto de ser construída uma tão perto ainda vai ser pior. Aquilo vai ser um muro de betão tão grande a reter a água que se vem um ano de chuvas fortes eles abrem as comportas e nós é que levamos com a água toda.
Lúcia Monteiro (Restaurante Zé da Calçada)
Sou contra a barragem, porque temo pelos meus bens. Sem a barragem já temos tido problemas de cheias, de águas paradas a provocar maus cheiros e isso é muito prejudicial para um estabelecimento de restauração porque os clientes não gostam de estar a comer e a sentir um cheiro nauseabundo vindo do rio.
Se o nível da água subir muito vai estragar as margens do rio e a paisagem que se vê.
Avelino Basto (Casa das Malas)
Sou contra a barragem. Preocupa-me muito manter o estabelecimento neste local atendendo à forma como irá ficar a barragem. Este é o meu local de trabalho e receio um dia vir a perder alguma coisa. Já é um transtorno muito grande quando acontecem as cheias que fará com a subida do nível das águas. É provável que com a barragem toda a beleza que esta rua transmite se perca e faça com que as pessoas se afastem.
A população de Amarante está contra a anunciada construção de uma barragem no Rio Tâmega em Fridão.
Ainda bem frescos na memória dos amarantinos estão os malefícios que a barragem do Torrão causou à zona ribeirinha da cidade: O rio deixou de ser a principal atracção turística nos meses de Verão e toda a cidade perdeu, principalmente o sector da restauração.
Com a construção do novo empreendimento, " a cidade de Amarante corre o risco de sofrer um desastre ambiental devido à elevada poluição do rio Tâmega, se a barragem de Fridão for transformada em aproveitamento reversível, ficando emparedada entre dois açudes e duas barragens", alertou recentemente Rui Cortes, professor da Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro.
Em entrevista recente, a este jornal, Hugo Silva afirmou que se tivesse uma casa na Rua 31 de Janeiro "fugia de lá". Esta afirmação, corroborada pelo presidente da Câmara, deixou a população ribeirinha preocupada, ainda mais quando o deputado municipal Emanuel Queirós levantou a questão para o perigo dos sismos induzidos, um problema que "está completamente desvalorizado e foi até descurado".
Já em 1995, Emanuel Queirós falava das consequências previsíveis sobre o rio Tâmega e a cidade de Amarante.
Para o actual deputado municipal, "A Barragem de Fridão encontra-se projectada para ser construída no limite das freguesias de Fridão e Codeçoso, dos concelhos de Amarante e Celorico de Basto, respectivamente, 6 km a montante da cidade de Amarante. Com a supressão da localização intermédia prevista inicialmente para o nível da Senhora da Graça (Mondim de Basto), prevê-se que a barragem de Fridão possa atingir uma altura de 110 metros, que a morfologia do lugar comporta. Planeada para interceptar o leito do rio Tâmega e nele reter um volume de 210 hm3 de água, a barragem de Fridão, tanto pela sua dimensão como pela posição relativa face à cidade de Amarante, vem colocar em questão não só os impactes ecológicos imediatos resultantes da inundação que a albufeira originará nos concelhos de Basto, mas, sobretudo, os impactes directos potencialmente consequentes a jusante da construção. Assim será no que se relaciona com o desvio do leito do rio Olo, na parte final do seu traçado; a dificuldade em garantir a manutenção do caudal ecológico do próprio rio Tâmega em período normal de estiagem entre a barragem de Fridão e a cidade de Amarante; a integridade e eficiência do sistema de captação, tratamento e abastecimento público de águas, partindo do rio Tâmega, em consequência da libertação de águas quimicamente alteradas depois de acumuladas na albufeira.
A grandeza e a extensão das consequências que a construção da Barragem de Fridão irá provocar localmente justifica, que o respectivo dossier seja colocado perante as mais altas instâncias decisórias do País, levado aos principais órgãos de soberania do Estado Português, para que as mais sérias preocupações locais sejam devidamente atendidas, e a decisão final sobre o futuro da barragem de Fridão fique com quem tem o sentido justo do exercício democrático".
Todos os partidos já manifestaram a sua discordância em relação à anunciada construção da barragem de Fridão.
Para conhecermos a posição das pessoas que trabalham e vivem da rua 31 de Janeiro, o NTA registou a opinião de alguns comerciantes, já habituados a sofrer com o efeito da barragem do Torrão em época de cheias. O sentimento é de revolta e manifestaram-se totalmente contra a construção de um paredão no Tâmega, com 110 metros de altura.
A possibilidade, ainda que remota, do rebentamento da barragem, é outro dos problemas que afligem os amarantinos.
António Gonçalves (Casa Gonçalves)
Sou contra a construção da Barragem por várias razões: a primeira é precisamente por causa da destruição ambiental que vai acontecer e a segunda por causa do nível das cheias. Se agora é mau, quando construírem a barragem o nível das águas vai subir ainda mais. Acho que ninguém construiria uma casa perto de uma central nuclear por muito seguro que fosse. Portanto, no nosso caso, é quase igual porque os nossos estabelecimentos ainda vão estar mais ameaçados.
A história diz-nos que de vez em quando uma barragem vai abaixo e também nos diz que a massa de água aliada à velocidade destruiriam Amarante em seis minutos. Uma parede de água com 110 metros de altura a uma distância de 6 km ia com certeza destruir a nossa cidade. O que me comove é que o que representa a barragem de Fridão no plano energético nacional é praticamente nulo. Eu faço parte do movimento "Por Amarante sem barragens" e peço que toda agente se una a nós para travar esta barragem porque o que está aqui em causa é uma cidade e, por isso, não pode haver divisão de partidos.
Eles têm que se unir e lutarem com mais força. Estou convencido que Amarante ainda vai conseguir que não se faça esta barragem, já que o Dr Armindo Abreu disse publicamente que é contra a construção da barragem.
Espero que ele não fique só pelas palavras. É um apelo que eu lhe faço.
Hilda Faria (Pastelaria Tinoca)
Sou contra a barragem porque já tenho tido muitos problemas com as cheias e acho o facto de ser construída uma tão perto ainda vai ser pior. Aquilo vai ser um muro de betão tão grande a reter a água que se vem um ano de chuvas fortes eles abrem as comportas e nós é que levamos com a água toda.
Lúcia Monteiro (Restaurante Zé da Calçada)
Sou contra a barragem, porque temo pelos meus bens. Sem a barragem já temos tido problemas de cheias, de águas paradas a provocar maus cheiros e isso é muito prejudicial para um estabelecimento de restauração porque os clientes não gostam de estar a comer e a sentir um cheiro nauseabundo vindo do rio.
Se o nível da água subir muito vai estragar as margens do rio e a paisagem que se vê.
Avelino Basto (Casa das Malas)
Sou contra a barragem. Preocupa-me muito manter o estabelecimento neste local atendendo à forma como irá ficar a barragem. Este é o meu local de trabalho e receio um dia vir a perder alguma coisa. Já é um transtorno muito grande quando acontecem as cheias que fará com a subida do nível das águas. É provável que com a barragem toda a beleza que esta rua transmite se perca e faça com que as pessoas se afastem.
Tirado do "Tribuna de Amarante" 21 de Maio de 2008
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