segunda-feira, 26 de maio de 2008

Um charco nauseabundo dentro da cidade ?

A eutrofização é o fenómeno causado pelo excesso de nutrientes (compostos químicos ricos em fósforo ou nitrogénio, normalmente causado pela descarga de efluentes agrícolas, urbanos ou industriais) num corpo de água mais ou menos fechado, o que leva à proliferação excessiva de algas, que, ao entrarem em decomposição, levam ao aumento do número de microorganismos e à consequente deterioração da qualidade do corpo de água.
As principais fontes de eutrofização são as actividades humanas industriais, domésticas e agrícolas – por exemplo, os fertilizantes usados nas plantações podem escoar superficialmente ou dissolver-se e infiltrarem-se nas águas subterrâneas e serem arrastados até aos corpos de água mencionados. Ao aumento rápido de algas relacionado com a acumulação de nutrientes derivados do azoto (nitratos), do fósforo (fosfatos), do enxofre (sulfatos), mas também de potássio, cálcio e magnésio, dá-se o nome de "florescimento" ou "bloom" – dando uma coloração azul-esverdeada, vermelha ou acastanhada à água, consoante as espécies de algas favorecidas pela situação.
Estas substâncias são os principais nutrientes do fitoplâncton (as "algas" microscópicas que vivem na água), que se pode reproduzir em grandes quantidades, tornando a água esverdeada ou acastanhada. Quando estas algas – e o zooplâncton que delas se alimenta - começam a morrer, a sua decomposição pode tornar aquela massa de água pobre em oxigénio, provocando a morte de peixes e outros animais e a formação de gases tóxicos ou de cheiro desagradável. Além disso, algumas espécies de algas produzem toxinas que contaminam as fontes de água potável. Em suma, muitos efeitos ecológicos podem surgir da eutrofização, mas os três principais impactos ecológicos são: perda de biodiversidade, alterações na composição das espécies (invasão de outras espécies) e efeitos tóxicos…
(Wikipédia)

O fenómeno da eutrofização é já bem conhecido dos amarantinos mais atentos, ou que, de há uns anos a esta parte, mais de perto contactam, particularmente nos meses mais quentes de Verão, com as águas da albufeira da barragem do Torrão.
O aspecto esverdeado, dada a grande concentração de micro algas, já por diversas vezes encostou ao açude dos Morleiros e chegou mesmo a galgá-lo, em anos mais quentes e menos chuvosos.
O excesso de nutrientes associado à subida da temperatura das águas paradas, especialmente em locais de águas pouco profundas origina esse fenómeno do aparecimento das algas verdes e de cianobactérias (algas azuis) com efeitos nocivos para a saúde humana.
A construção das barragens e açudes, previstas no PNBEPH para montante e jusante de Amarante, provocará uma acentuada deterioração da qualidade da água do rio Tâmega e trará para dentro da cidade o aspecto que hoje já se pode ver na albufeira do Torrão e que as imagens retiradas do “Virtual Earth” tão bem documentam.


Imagens da albufeira da barragem do Torrão às portas de Amarante

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